segunda-feira, 20 de abril de 2009

Gestores públicos pagam multas com dinheiro do Estado

O Tribunal de Contas (TC) detectou gestores públicos, multados pelo tribunal, que estão a pagar as multas através dos orçamentos dos serviços e não do próprio bolso, o que é uma prática ilegal.

“País anda a sandes por causa da crise”

O director da Direst explica que houve mudanças de hábitos nos portugueses, com reflexo no negócio. "Agora há muitos que preparam o pequeno-almoço em casa", adianta. Mesmo assim, não desiste. "Temos de apostar em produtos de qualidade a um preço acessível", defende Silvério Gaspar.

O preço tem sido um factor decisivo para atrair clientes. No negócio dos lacticínios, o queijo fatiado "sofreu uma quebra de 40 por cento", segundo Miguel Moreira, director de vendas da Lacto Serra. Mas para compensar as "quebras na procura", para além da descida do preço, o sector está a apostar forte na internacionalização. "Não temos praticamente margem de lucro e temos de apostar noutros mercados", refere Miguel Moreira, cuja empresa está em fase de expansão para Espanha, França, Angola, Brasil e até Dubai.

Na Casa da Prisca, de produtos de charcutaria, a palavra de ordem também é de expansão. "O mercado português está em crise", justifica. Apesar de não ponderar ainda mexer nos preços, José Santos, considera que, "por causa da crise, o único segmento que se mantém é o gourmet", para uma clientela particular.

VENDAS DE VINHO BAIXAM 20%

Sem escapar à crise que se verifica no sector alimentar, também os vinhos correntes, os mais baratos, bem como os vinhos do Porto, estão a atravessar dificuldades. "Registou-se uma quebra nas vendas em cerca de 20%", refere Rui Neto, director de vendas da Ramos Pinto, ao CM. A estratégias desta casa de vinhos, presente na Alimentaria Lisboa, para enfrentar a crise, passa por captar o cliente. Rui Neto defende que também é preciso pensar nos negócios a longo prazo e "perceber o consumidor de futuro".

Os vinhos de mesa, os mais caros, contudo, são motivo de preocupações: "Aí não há quebra", afirmou.

O Governo já se manifestou preocupado com o sector vitivinícola, com o Ministério da Agricultura a investir 32 milhões de euros em campanhas de promoção de vinhos portugueses fora dos mercados europeus, como nos EUA, Brasil, Angola e Canadá.

Fonte: Correio da Manhã

«Pôr no prego» para fintar a crise

As lojas de penhores estão a regressar em força. No ano passado, a procura cresceu 50 por cento em relação a 2007 e foram abertas 80 novas lojas. Para muitos representa a oportunidade rápida, e não burocrática, de conseguirem um empréstimo. Com dinheiro no bolso, agarram-se à certeza de que alguns problemas vão resolver-se e podem sempre regressar para recuperar o que deixaram «no prego».

Nestas lojas de penhores os empréstimos são dados sobre jóias e objectos em ouro. Feita a avaliação, é sugerida uma quantia ao cliente e, se este a aceitar, é assinado um contrato onde é descrito o valor do empréstimo e dos juros que terá de pagar (3% ao mês, conforme é estipulado por lei).

Manuel Aleixo Ferreira é o proprietário da Companhia União de Crédito Popular e tem seis lojas no Porto e arredores. À Agência Financeira conta que a procura aumentou muito nos últimos tempos: «Há mais aflições, despedimentos, as pessoas precisam de pagar os empréstimos. Mas também estamos a empobrecer alegremente: há quem venha aqui para ir de férias ou ao futebol».

Um polícia à porta em cada loja

Neste ramo, a segurança é uma preocupação. Há precisamente um ano, uma das casas de penhores, no Porto, foi alvo do maior roubo de ouro sempre na Europa. Manuel Aleixo Ferreira conta que lhe levaram 270 quilos de ouro, avaliados em cerca de 15 milhões de euros. Meses depois foi a vez da loja de Leça da Palmeira. Hoje, já não facilita, tem um polícia à porta em cada loja e muito dinheiro investido em fortes medidas de segurança.

Vendem para pagar a conta da mercearia

Preocupados com a segurança, mas também com a transparência do negócio, a Casa Crédito Popular (CCP) informa a Polícia Judiciária de todos os empréstimos realizados.

Com 13 agências espalhadas pelo país, a empresa não aconselha ninguém a vender. «Além do eventual valor afectivo do objecto, reconhecemos que o mercado não está a pagar mais no momento da venda do que aquilo que nós proporcionamos a título de empréstimo», explica Pedro Paixão, director-geral da CCP, à Agência Financeira.

Na Casa Crédito Popular, o empréstimo é celebrado por um mês, sendo renovado por períodos iguais e sucessivos. «O cliente a qualquer altura pode amortizar parcialmente ou resgatar o empréstimo sem custos adicionais». Pedro Paixão conta que mais de 90% dos clientes vem recuperar os seus bens. Todos os empréstimos que não são recuperados pelos clientes são vendidos em leilão público.

Ao contrário do que consideram outros empresários, a CCP garante que o «negócio está igual ao que era há dez anos. Existe sim uma certa ilusão de que está a crescer», que se deve ao fecho das 72 lojas que a Caixa Geral de Depósitos tinha espalhadas pelo país e do encerramento da actividade no Montepio Geral.


Fonte: Agência Financeira