quarta-feira, 22 de julho de 2009

Défice sobe para 40 milhões/dia

Portugal "bateu no fundo". Foi com estas palavras que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, descreveu ontem o agravamento do défice do subsector Estado, que atingiu os 7,3 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano. Isto significa um défice de 40,5 milhões de euros por dia.

De acordo com a Direcção-Geral do Orçamento, o défice quase quadruplicou nos primeiros seis meses do ano, com um agravamento de 5,4 mil milhões de euros, face ao mesmo período do ano passado. Situação que se deveu à quebra acentuada das receitas fiscais (ver quadro) e ao aumento da despesa.

Só as receitas fiscais, que ascenderam a 13,8 mil milhões de euros, registaram uma quebra de 21,6%, influenciada pelo aumento dos reembolsos do IVA e do IRS e pela redução do IVA de 21% para 20%.

A despesa, que se situou nos 23,4 mil milhões, aumentou 5,4%, devido aos programas de apoio ao emprego e investimento e ao pagamento de dívidas de organismos públicos aos credores. No caso das despesas da Segurança Social, que aumentaram 10,6%, há que sublinhar os custos com os subsídios de desemprego, que dispararam 24%.

O ministro Teixeira dos Santos assegurou que as contas públicas estão controladas e apontou uma recuperação já a partir deste mês.

O ministro rejeitou ainda um aumento de impostos ou um orçamento rectificativo para corrigir o aumento do défice.

PORMENORES

NOVAS CONTAS

O PSD vai pedir à Unidade de Apoio Técnico Orçamental para calcular o valor do défice 'para que não haja surpresas no próximo Governo'.

RETOMA

Honório Novo (PCP) considera que o agravamento do défice contraria o entusiasmo que o Governo pretendia dar ao anunciar a retoma económica.

POLÍTICA ECONÓMICA

Paulo Portas (CDS-PP) responsabilizou a política económica do Governo pelo aumento do défice das contas públicas.

DESEQUILÍBRIO

Francisco Louçã (BE) diz que o aumento do défice mostra queno final do ano o desequilíbrio será 'superior ao previsto'.

Fonte: Correio da manhã

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