quarta-feira, 2 de julho de 2008

Empresas espanholas facturam em Portugal 9% do PIB

Está a crescer o número de empresas de capitais espanhóis a operar em Portugal. De 2005 a 2007, o total aumentou 14% para 1200 sociedades, das quais 807 têm o capital controlado por investidores de Espanha. Esta é uma das conclusões de um retrato feito ao investimento espanhol em Portugal, apresentado ontem pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE)Estas empresas facturaram 16 mil milhões de euros em 2007, o que representa 9% da riqueza nacional (produto interno bruto). A crise em Espanha, em especial na construção e imobiliário, pode trazer mais empresas e investimento para Portugal, admitiu o presidente da CCILE, Enrique Santos. É natural que quando o mercado doméstico se retrai as empresas acentuem a aposta nos mercados vizinhos (Portugal e França). O imobiliário é uma área em que a presença espanhola está a crescer. Transportes, logística, banca e energia são sectores onde há interesse em investir mais. A rigidez da legislação laboral, sobretudo em matéria de despedimentos, é o maior obstáculo apontado pelos empresários espanhóis à actividade em Portugal - em 2007, a Globalia saiu da Groundforce (empresa de handling) por causa de conflitos laborais. Quanto à demora nos licenciamento dos projectos, os empresários referem progressos, em especial nos grandes investimentos. Os dados disponíveis apontam para intenções de investimento de dois mil milhões de euros este ano. Em 2007, foram contratualizados projectos de 1500 milhões de euros. Os investimentos da Repsol e da La Seda no sector da petroquímica em Sines, a plataforma logística da Abertis em Castanheira do Ribatejo e a unidade de aquacultura da Pescanova, são dos mais emblemáticos. No ano passado, a Espanha ultrapassou a França como o terceiro investidor em Portugal, a seguir à Alemanha e Reino Unido. Os dados incluem investimentos de empresas não espanholas, feitos partir do país vizinho como a Dia ou a Danone, e deixam de fora as participações minoritárias em grupos nacionais a EDP, o BPI e a Brisa. A banca, petroquímica, retalho e segurança são áreas onde o país vizinho tem grande peso. O Santander é o quarto banco e há já oito caixas de poupança em Portugal. Nos combustíveis, a Repsol é a segunda rede. No retalho, a Inditex (grupo Zara) e Corte Inglés são líderes. No audiovisual, a Media Capital (TVI) também lidera. Na segurança, a Prosegur destaca-se, e nos materiais de construção a Roca está em foco.
Fonte: Diário Notícias

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