quinta-feira, 3 de julho de 2008

'Operação Furacão' na TVI com Pais do Amaral na mira

Contas anteriores a 2003 foram o alvo dos inspectores fiscais e GNR.

Miguel Pais do Amaral é a figura que ontem uma equipa mista do DCIAP, no âmbito da "Operação Furacão", "perseguia" ao proceder a buscas na Media Capital, pertencente ao grupo espanhol Prisa, cuja cabeça de car-taz é a TVI. A operação, que envolveu a brigada fiscal da GNR e a Inspecção Tributária, teve como objectivo apreender documentação contabilística relativa a exercícios económicos anteriores a 2005, quando o empresário detinha o grupo.Não é a primeira vez que os investigadores, chefiados pelo procurador Rosário Teixeira, se cruzam com o empresário Miguel Pais do Amaral, cujas suspeitas estarão relacionadas com facturas falsas e fraude fiscal através de triangulação de capitais, utilizando offshores. No ano passado, a Texto Editora - adquirida pelo empresário em 2007 - foi alvo de buscas, após apreensão de documentação bancária nas primeiras buscas a bancos, em Outubro de 2005."Não sei do que se trata... Se estão à procura de algo terá de ser referente a exercícios anteriores a 2003", diz Miguel Pais do Amaral, ontem ao DN, ausente em Istambul, Turquia. "Veremos mais tarde do que se trata, mas a verdade é que bem antes do IPO (a venda ao grupo Prisa) as contas estavam certificadas, do ponto de vista contabilístico e jurídico, como muito poucas empresas em Portugal", afirma o empresário.Em Novembro de 2005, o grupo espanhol Prisa - entre outros títulos, detentor do diário madrileno El País - adquiriu a maioria do grupo Media Capital e Miguel Pais do Amaral diversificou interesses pela área editorial e imobiliária.A "Operação Furacão", coordenada por Rosário Teixeira - ex-responsável pela DCCIEF, a estrutura de combate ao crime de colarinho branco, na dependência da Polícia Judiciária -, teve origem numa inspecção fiscal de rotina a uma empresa de Barcelos. Após uma busca a vários bancos (em finais de 2005) e escritórios de advogados, o DCIAP, dirigido por Cândida Almeida, já constituiu mais de 200 arguidos.
Fonte: Diário de Notícias

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