sábado, 2 de agosto de 2008

Comércio quase não dá pela descida do IVA

Cêntimos, ou poucos euros, é no que se traduzem as diferenças nos preços dos produtos que há um mês tiveram uma baixa da taxa do IVA de 21 para 20%, descida que passa despercebida aos consumidores.
"Pessoalmente, não vi diferença absolutamente nenhuma. Eu tive o cuidado de ver os preços anteriores à redução (do imposto) e quando voltei no outro dia ou passado uma semana os preços continuavam na mesma", disse Maria Augusta Rodrigues, uma consumidora que ontem espreitava as lojas da Rua Augusta, em Lisboa, citada pela agência Lusa.
A generalidade dos consumidores entrevistados pela Lusa declarou não ter tido o cuidado de Maria Augusta em comparar preços, mas a resposta à pergunta "Notou alguma diferença nos preços desde que foi aplicada a nova taxa do IVA?" é invariavelmente a mesma: "Não, nenhuma". A baixa redução no IVA não permitiu a consumidores como Guilhermina Fernandes, José Luís Bouça ou Sara Fernandes notar qualquer alteração no orçamento familiar e no nível de poupança.
"A nível de vestuário e de calçado não notei, apesar de não ser grande consumidora, porque 1% no IVA é muito pouco. Não houve grandes alterações no meu orçamento familiar. Continuo a consumir o que consumia antes e as diferenças são mínimas ou nenhumas", disse à Guilhermina Fernandes.
Ainda assim, Sara Fernandes e José Luís Bouça admitem que esta até possa ser uma medida positiva, mesmo que não tenha um impacto generalizado e visível. Julgam até que pode ter efeitos importantes no consumo de alguns produtos, como os combustíveis.
Do ponto de vista dos comerciantes, a redução do imposto sobre o consumo trouxe pouco mais que o trabalho de alterar rótulos e preçários, para que a 1 de Julho os produtos estivessem disponíveis para venda devidamente taxados a 20%. "Foi muito pequena a redução e não se sentiu praticamente nada. Os preços já são muito baixos e o IVA baixou muito pouco, portanto, é uma questão de cêntimos, os clientes não notam nada", referiu o proprietário de uma loja de decoração na Estrada de Benfica, em Lisboa.
Um mês depois da entrada em vigor da nova taxa do IVA, para consumidores e comerciantes portugueses é como se nada tivesse mudado.
Fonte: Jornal de Notícias

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