domingo, 8 de junho de 2008

General Motors paga 18 milhões de euros ao Estado

Paulo Vicente, ex-coordenador da Comissão de Trabalhadores da Opel Portugal, congratulou-se hoje pela decisão de um Tribunal Arbitral em condenar a General Motors (GM) a pagar uma indemnização de 18 milhões de euros ao Estado português pelo fecho da Opel na Azambuja, em Dezembro de 2006. "Pessoalmente, fico satisfeito com esta decisão", declarou à Agência Lusa Paulo Vicente, que também se mostrou agradado pelo facto de a multinacional norte-americana acatar o veredicto do Tribunal Arbitral, segundo o teor da notícia hoje avançada pelo "Expresso" na primeira página. Segundo o "Expresso", o tribunal arbitral acabou por limitar o montante da indemnizaçãoà devolução dos incentivos financeiros (17,7 milhões de euros, acrescidos de juros), não levando em contra os 94,3 milhões de euros pedidos pelo Estado português por danos patrimoniais e 20 milhões por danos de imagem. Paulo Vicente revelou à Lusa que foi ouvido pelo Tribunal Arbitral como testemunha indicada pelo Estado português, tendo falado sobre os compromissos assumidos pela GM e "de construir o modelo (Combo)até ao fim", o que, depois, "decidiu não fazer". O ex-coordenador da Comissão de Trabalhadores da Opel Portugal referiu então que a questão do encerramento da fábrica da Azambuja tornara-se num tema recorrente sempre que havia negociações da empresa com os trabalhadores. Paulo Vicente disse não ter ficado surpreendido pelo facto de a GM acatar a decisão, porque a multinacional norte-americana "não é uma empresa de vão de escada", tendo "um nome e uma imagem a defender". Quanto ao desfecho do caso no Tribunal Arbitral referiu que, "no fundo, é o dinheiro dos contribuintes portugueses que estava em causa e que é devolvido ao Estado português", considerando que a condenação ao pagamento da indemnização "terá um efeito pedagógico". Em sua opinião, a decisão é também "um exemplo" para que os futuros "Governos do país defendam os interesses do Estado português" e dinheiro de todos os contribuintes. Por último, e nas suas palavras, a "decisão tem a força de defender a honra de Portugal" e mostrar que as grandes empresas que beneficiaram de incentivos financeiros do Estado não podem "agarrar em armas e bagagens e irem-se embora" quando lhes convém mais. Paulo Vicente congratulou-se ainda que o processo indemnizatório da GM ao Estado português tenha sido decidido com celeridade. A Opel na Azambuja, a segunda maior fábrica de automóveis em Portugal, foi encerrada a 21 de Dezembro de 2006, após um estudo interno ter determinado que a produção de cada modleo Combo ficaria alegadamente mais cara em 500 euros face à unidade espanhola de Saragoça, Espanha.
Segundo o "Expresso", um ano e meio depois do fecho da fábrica, mais de metade dos 1.100 trabalhadores despedidos permanece sem emprego.
Fonte: Expresso

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