sexta-feira, 27 de junho de 2008

Um em cada quatro portugueses fica sem dinheiro depois de pagar despesas essenciais

Num inquérito realizado pela Nielsen, 26% dos portugueses disseram que «não tinham dinheiro de sobra» depois de pagarem as despesas essenciais. Quando questionados sobre se estão a atravessar uma recessão económica, 82% dos portugueses consideram que sim.
Enquanto a crise do crédito se tornou num termo caseiro no último ano, os ordenados e dos portugueses foram «espremidos ao máximo como nunca», conclui o relatório da Nielsen.
Neste último inquérito, um em cada quatro portugueses (26%) e um em cada quatro americanos disseram que «não tinham dinheiro de sobra» depois de pagarem as despesas essenciais. Um em cada cinco belgas, alemães e franceses também disse que não lhe sobrava nada, juntamente com 22% dos consumidores do Reino Unido.
Quando questionados sobre se estamos actualmente a atravessar uma recessão económica, os portugueses não têm dúvidas, e oito em cada dez (82%) respondem afirmativamente a essa questão.
Portugal está no extremo dos países com consumidores mais pessimistas
Em Portugal registou-se uma quebra de cinco pontos no Índice de Confiança, e o facto de se posicionar como a terceira nação mais pessimista deve-se ao negativismo revelado pelos consumidores acerca do emprego, em que 52% refere que as suas perspectivas neste campo são más para os próximos 12 meses, e às suas finanças pessoais, com 60% dos inquiridos a indicar que a sua situação não é positiva a nível financeiro.
A nível mundial 56% dos consumidores pensa que o seu país está em recessão neste momento e há vários anos que a confiança dos consumidores a nível global não descia a níveis tão baixos, de acordo com o Índice Nielsen de Confiança dos Consumidores a Nível Mundial, que mede a confiança, principais preocupações e hábitos de gastos dos consumidores online em 51 países.
«A confiança dos consumidores desceu em 39 países nos últimos seis meses, com a Nova Zelândia, EUA e Letónia a registarem as baixas mais acentuadas »,afirmou David Parma, responsável mundial pelo Customized Research, The Nielsen Company. De entre os 39 mercados que registaram um declínio na confiança dos consumidores, 15 tiveram uma queda de dois dígitos.
«Os últimos seis meses foram desde há várias décadas o período mais conturbado para a economia mundial. Quando os Estados Unidos espirraram no início da crise do sub prime há quase um ano – o resto do mundo rapidamente apanhou uma constipação. Nenhuma região ou país foi poupado ao efeito de dominó da crise norte-americana do sub prime e do crédito », explica.
De entre todas as regiões, foi a América que sofreu a maior queda no Índice de Confiança, descendo 17 pontos, enquanto na Europa o Índice de Confiança dos Consumidores desceu seis pontos (para 83). Estes Índices desceram três pontos na Ásia-Pacífico (APAC) e EEMEA e dois pontos na América Latina.
Mais confiantes estão os consumidores da Noruega, Índia, Indonésia e Dinamarca, que ficaram no topo da escala como as nações mais optimistas. Já Portugal, a Coreia e o Japão pontuaram-se como as nações mais pessimistas do mundo.
O Nielsen Global Online Survey, realizado pela Nielsen Customized Research, foi feito em Abril de 2008 a 28 253 utilizadores de internet em 51 mercados da Europa, Ásia-Pacífico, América do Norte e Médio Oriente. O Nielsen Global Online Consumer Confidence and Opinion Survey, o maior no seu género realizado duas vezes por ano, fornece informação sobre os actuais níveis de confiança, hábitos/intenções de gastos e principais preocupações dos consumidores em todo o mundo. O Nielsen Consumer Confidence Index é criado com base na confiança dos consumidores no mercado de trabalho, estado das finanças pessoais e disponibilidade para gastos.
Fonte: Sol

Sem comentários: