terça-feira, 10 de junho de 2008

Taxas do crédito da casa atingem novo máximo



Euribor a 12 meses atinge valor mais alto de sempre, ou seja, 5,429%
As taxas Euribor voltaram a subir e a bater novos máximos de sempre, contribuindo para que as prestações dos empréstimos dos portugueses fiquem cada vez mais elevadas.
Estes indexantes, utilizados para calcular os juros dos empréstimos, atingiram ontem um novo máximo histórico diário, com a Euribor a 12 meses a fixar-se nos 5,429%, batendo o recorde diário de Agosto de 2000, quando atingiu os 5,337%. A Euribor a seis meses, a mais usada em Portugal, atingiu nos 5,12%, o valor mais alto deste 2000 .
A única taxa a contrariar esta tendência foi a Euribor a três meses, que ontem recuou para os 4,961%.Com estes valores a situarem-se na casa dos 5%, como já não acontecia desde há oito anos, as taxas do crédito à habitação, acrescidas de spread, aproximam-se dos 6,5 ou mesmo dos 7%, atendendo a que os bancos estão igualmente a aumentar a sua margem financeira, fruto de um risco acrescido por parte dos clientes.
A subida das taxas Euribor acentuou-se na semana passada, depois do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, ter alertado o mercado para a possibilidade de novos aumentas das taxas directoras na Europa, já no próximo mês.
Ontem foi a vez do Banco Internacional de Pagamentos (BIS, na sigla inglesa) chamar a atenção para o facto dos bancos continuarem a precisar de dinheiro, ao mesmo tempo que deverão manter-se as perdas com o mercado de crédito.
De acordo com analistas citados pelo site espanhol do jornal Cinco Dias, as Euribor deverão experimentar, nas próximas semanas, "uma baixa progressiva".
Apesar de persisitir uma certa instabilidade nos mercados financeiros, estas taxas não poderão continuar a subir mais e o lógico será pensar que este indicador "se moderará". Se nos últimos anos, a escalada desta referência para o mercado imobiliário esteve "estreitamente relacionada" com a política de juros adoptada pelo BCE, agora está "a reagir antes do tempo", prevendo uma possível subida por parte desta autoridade monetária, referem os analistas.Para outros especialistas citados pelo site espanhol Invertia, se as taxas Euribor chegarem ao nível dos 6%, "será um cenário muito negativo para o consumo na Europa", o que obrigaria o BCE a "tomar medidas urgentes".Um outro analista citado pelo Invertia considera pouco provável que estes indexantes cheguem aos 6%, assim como aponta igualmente como pouco plausível que as mesmas taxas "fiquem abaixo dos 4,6%". Todos prevêm que o BCE suba as suas taxas para 4,5%, até final do ano.

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